PRESENTE DIÁRIO

"CRIANÇAS"

07 de outubro de 2018
Leitura Bíblica: Marcos 10.13-16
“Digo-lhes a verdade: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele” (Mc 10.15).
Durante a vida pública de Jesus, especialmente ao treinar seus discípulos, muitas vezes ele precisou corrigir conceitos errôneos. Foi assim quando crianças foram trazidas a ele e os discípulos as repreenderam, o que para aquela época talvez até soasse normal. Embora no Antigo Testamento uma criança fosse considerada bênção de Deus (Sl 127.3-5), no judaísmo esse conceito não era mais o mesmo. Nem todo mundo gostava de ter crianças ao seu redor. Eram desejadas como descendência, mas pouco prezadas em sua personalidade. A infância era uma coisa que acima de tudo tinha de passar…
É nesse contexto que a indignação de Jesus se torna ainda mais relevante: “Deixem vir a mim as crianças, não as impeçam; pois o Reino de Deus pertence aos que são semelhantes a elas” (v.14). Ele não diz que o Reino é delas, como se fosse algo automático ou um direito adquirido pela sua idade. Ele é ainda mais enfático ao afirmar que quem não receber o Reino de Deus como uma criança nunca entrará nele (v.15). Muitos têm compreendido este texto como se as crianças fossem inocentes, puras, não conhecessem maldade e fossem humildes, e por isso o Reino de Deus lhes pertenceria. Entretanto, parece que a Bíblia não as vê assim: entre outras coisas, elas podem ser instáveis (Ef 4.14), imaturas (1Co 13.11), briguentas (1Co 3.1-3).
O que significa então tornar-se como uma criança? Talvez a questão esteja no fato de que uma criança no início de sua caminhada ainda não tem nada, não sabe fazer muitas coisas e, no conceito da época, ainda não valia nada. Entrar no Reino não está relacionado com o que temos, com o que já fizemos ou com o que valemos, mas justamente com o reconhecimento de que estes méritos não garantem nada. Precisamos voltar ao estágio inicial de nossas vidas, onde não tínhamos nada a oferecer, mas somente podíamos depender da preciosa graça de Deus. – CK

Entrar no Reino não tem a ver com o que temos, mas com o reconhecimento de que nada temos.

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